Toda mulher, independentemente de idade, etnia, credo ou formação, acredita que vai encontrar o homem da sua vida. Aquele príncipe encantado que com certeza vai te fazer feliz. Vai te fazer perder completamente a noção do egocentrismo, fazendo se sentir única.

E nem adianta dizer: “Não sou desse tipo, apóio o feminismo...” Essas são aquelas que lá no fundo, quando estão sozinhas, no quarto escuro, no silêncio da noite, no descansar do travesseiro, respira fundo e pelo menos imagina como seria. E de repente se surpreende gostando daquela fantasia. É nesse momento que cai uma lágrima. Mas quando abre os olhos na luz da manhã, esquece quase que necessariamente dos devaneios da noite anterior e se lembra vagamente como se não tivesse sido com ela. Jamais! Ela Mente. Mente para si mesma e essa é a pior mentira.
Nós mulheres, gostamos de ser vistas, notadas. De saber que tem alguém que se lembra da gente. É uma das necessidades femininas. Está bem ali, entre a realização profissional e a independência.
Não estou dizendo que para se apaixonar temos de ser “Amélias”. A realização profissional não interfere na realização amorosa. É só não deixar que uma tome conta da outra. Duvido que para um homem não seja um “tesão” ser companheiro de uma mulher extremamente vaidosa, independente social e financeiramente, ótima de cama, sem horários, sem cobranças. Poderosa profissionalmente. Uma legítima mulher de carreira que não abre mão de um corpo masculino e quentinho para desanuviar de um dia longo. Deve ser até uma fantasia!
E para quem é “Amélia”, por necessidade ou por opção, nunca se envergonhe disso para as profissionais. Dedicar sua vida à cuidar de alguém não é fácil. Não tem horário da entrada nem da saída- fazendo referencia às que trabalham. É um compromisso de 24 horas, sem férias, sem descanso e lamentavelmente na maioria das vezes até sem reconhecimento. Mas para quem ama, não há sacrifício algum...
E ainda há as que são as duas faces femininas. São médicas, enfermeiras, professoras, psicólogas, dentistas, advogadas, secretárias ou até mesmo caixa de uma padaria que quando largam no trabalho, se transformam em donas de casa, mães, esposas, amantes, confidentes... Para essas eu tiro o chapéu.
Este Blog não trata de definições, ou padrões, muito menos de julgamentos. Não se trata de quem está certa ou errada. Trata-se inocentemente de amor. Somos todas diferentes. Cada uma com sua particularidade. Mas todas com pelo menos a intenção de se apaixonar. A busca é longa, eu sei. De todas essas mulheres que descrevi acima, já desempenhei a maioria dos papéis. Se não todos. Errei muito, acertei algumas vezes... Mas nunca desisti. E achar seu príncipe pode demorar bastante. E para saber se “aquele” é o certo, só existe uma maneira: Experimente.

Não há nada mais valioso e didático que uma coleção de amores. Cada com sua bagagem, às vezes positiva, às vezes não. Mas cada um deles são uma experiência ímpar, vivida somente com você, onde você foi a protagonista e por aquele período você foi feliz. É melhor ter sido feliz várias vezes, mas ter acabado, do que você acabar não tentando ser feliz nenhuma vez.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

RÓTULOS


           Francamente eu não entendo e nunca vou entender o porquê de alguns homens chamarem a sua genitália de “Piroca”. Do meu ponto de vista e creio que da maioria dos pontos de vista femininos, a palavra “piroca” soa engraçado. Particularmente eu me lembro de um brinquedo antigo chamado “João Bobo”. Aquele brinquedo inflável que tinha um peso em baixo e você dava socos nele, mas ele sempre voltava e fica a em pé. O nome já diz: Bobo. Até que na parte de ficar em pé faz ligeira semelhança ao assunto, mas então seria adequado chamá-lo de “João bobo”. Deve ter alguém que chame assim. Mas “Piroca”?! De onde veio isso?
                É claro que putamente falando você não vai chamá-lo de “pênis” como assim o define a biologia. Imagine: “Vou introduzir o meu pênis no seu orifício vaginal” não dá nenhum tesão. “Vagina”. Respeito essa palavra. Coloquialmente consigo utilizar este nome em alguma frase, como por exemplo, em “Aí, ele só deixou na entrada da vagina” (Vulgo: “na portinha”). Mas putamente falando essa também ganha outro nome e neste caso em específico, falando em putaria, nunca a nomeio. Sempre que me relato a ela, falo do todo: “Meteu em mim, gozou em mim...” Nunca “na minha Boceta, Xereca, Xoxota”... Nem sei como se escrevem estas palavras, mas sei que é vulgar! É feio. E sexo tem que ser sexy e não esdrúxulo!
                Temos que saber o que falar até na hora H de falar putarias. É broxante no meio do ato, ofegante você ouvir coisas do tipo: “Vai gozar na minha piroca”... Na hora faço a conexão: Piroca – Inflável – Idiota e broxo!  Eu costumo chamar de “Pau”. É simples, direto, objetivo. Nada biológico como “pênis” ou vulgar como “Rola”. Há quem goste... e definitivamente gosto não se discute. Mas com certeza é muito mais gostoso você ouvir: “vou meter meu pau em você”! Eu prefiro! É másculo.
                E eu ainda não entendi qual é problema com a palavra “gozar”. As pessoas têm medo de falar esta palavra até em amplo sentido como, por exemplo, em “Vou gozar a minha aposentadoria!”. Todos pensam duas vezes e acabam falando “aproveitar” ou qualquer outra coisa, menos “gozar”. É incrível. Aí, uma amiga vem te contar os detalhes de como foi o “ontem à noite” dela e fala assim: “Aí né... ele foi. Aí eu já tinha ido...”. “Foi” pra onde? GOZOU. “Tinha ido” pra onde? Tinha GOZADO. Não entendo. Daqui a pouco vão estar chamando “trepar” de “coito” e o vão fazer de luzes apagadas por baixo de um “lençol de furo” como era no tempo de alguém jurássico, porque nem na época da minha falecida avó era assim! Ela trepava em cima da árvore! Juro! Ela me contou!
                 Rótulos... Rótulos... Não nasci para isso! Se eu falo: “Porra!” (palavra esta que é 90 por cento do meu vocabulário) eu sou desbocada, comparada a uma pessoa má, suja, Indigna! Ou “caralho, trepar, gozar, dar, fuder, foda, boceta” e por aí vai a infinidade de palavras, palavrinhas e palavrões que falo perpetuamente, eu viro a pessoa mais puta do mundo. Enquanto isso as “santinhas de vocabulário” e enfatizo o uso da palavra vocabulário e não boca, são politicamente treinadas, ou melhor, castradas a não utilizar palavras de baixo calão, mas na primeira oportunidade e enfatizo aqui a palavra primeira, vão praticar sabe Deus com quem tudo aquilo que não oralizam.
                Até o Corretor ortográfico do Word me dá uma gama de opções para “corrigir” os palavrões. É hilário! Ele teve a “capacidade” de grifar a palavra “trepar” e dar a sugestão “obter relações sexuais” para pôr no lugar. Insisto, é hilário, ninguém fala assim! O nome da ferramenta é corretor ortográfico e não corretor MORAL!

RESSALVA  -         É obvio e natural do ser humano (dotado da capacidade de pensar - e oralizar é claro!), fazer uma seleção do que vão falar de acordo com o ambiente o qual está inserido. Isso não é hipocrisia. É uma seleção natural. É uma variação diastrática, que como tive o orgulho de aprender em linguística, são as variações que acontecem de um grupo social para outro. Faz parte do social. É comprovado que você se policia a falar mais refinadamente, ou melhor, menos esdruxulamente em alguns lugares comparados a outros. Então da mesma maneira que é óbvio que eu não vou chegar a uma reunião profissional ou em algum ambiente mais senil e pôr-me a falar em gírias ou palavras descabidas para tal, também é óbvio que não vou despejar meu dicionário particular de incentivos para a hora H, bem como o meu porra e caralho cotidianos...  Mas na cama...

Se as pessoas são aquilo que falam, muitos por aí são hipócritas ou completos idiotas. Mas o fato de ser, digamos uma mulher “obscenamente prolixa” (como eu), não torna ninguém puta. E nem é esse o objetivo.

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