Toda mulher, independentemente de idade, etnia, credo ou formação, acredita que vai encontrar o homem da sua vida. Aquele príncipe encantado que com certeza vai te fazer feliz. Vai te fazer perder completamente a noção do egocentrismo, fazendo se sentir única.

E nem adianta dizer: “Não sou desse tipo, apóio o feminismo...” Essas são aquelas que lá no fundo, quando estão sozinhas, no quarto escuro, no silêncio da noite, no descansar do travesseiro, respira fundo e pelo menos imagina como seria. E de repente se surpreende gostando daquela fantasia. É nesse momento que cai uma lágrima. Mas quando abre os olhos na luz da manhã, esquece quase que necessariamente dos devaneios da noite anterior e se lembra vagamente como se não tivesse sido com ela. Jamais! Ela Mente. Mente para si mesma e essa é a pior mentira.
Nós mulheres, gostamos de ser vistas, notadas. De saber que tem alguém que se lembra da gente. É uma das necessidades femininas. Está bem ali, entre a realização profissional e a independência.
Não estou dizendo que para se apaixonar temos de ser “Amélias”. A realização profissional não interfere na realização amorosa. É só não deixar que uma tome conta da outra. Duvido que para um homem não seja um “tesão” ser companheiro de uma mulher extremamente vaidosa, independente social e financeiramente, ótima de cama, sem horários, sem cobranças. Poderosa profissionalmente. Uma legítima mulher de carreira que não abre mão de um corpo masculino e quentinho para desanuviar de um dia longo. Deve ser até uma fantasia!
E para quem é “Amélia”, por necessidade ou por opção, nunca se envergonhe disso para as profissionais. Dedicar sua vida à cuidar de alguém não é fácil. Não tem horário da entrada nem da saída- fazendo referencia às que trabalham. É um compromisso de 24 horas, sem férias, sem descanso e lamentavelmente na maioria das vezes até sem reconhecimento. Mas para quem ama, não há sacrifício algum...
E ainda há as que são as duas faces femininas. São médicas, enfermeiras, professoras, psicólogas, dentistas, advogadas, secretárias ou até mesmo caixa de uma padaria que quando largam no trabalho, se transformam em donas de casa, mães, esposas, amantes, confidentes... Para essas eu tiro o chapéu.
Este Blog não trata de definições, ou padrões, muito menos de julgamentos. Não se trata de quem está certa ou errada. Trata-se inocentemente de amor. Somos todas diferentes. Cada uma com sua particularidade. Mas todas com pelo menos a intenção de se apaixonar. A busca é longa, eu sei. De todas essas mulheres que descrevi acima, já desempenhei a maioria dos papéis. Se não todos. Errei muito, acertei algumas vezes... Mas nunca desisti. E achar seu príncipe pode demorar bastante. E para saber se “aquele” é o certo, só existe uma maneira: Experimente.

Não há nada mais valioso e didático que uma coleção de amores. Cada com sua bagagem, às vezes positiva, às vezes não. Mas cada um deles são uma experiência ímpar, vivida somente com você, onde você foi a protagonista e por aquele período você foi feliz. É melhor ter sido feliz várias vezes, mas ter acabado, do que você acabar não tentando ser feliz nenhuma vez.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Ah como seus dedos me entorpecem
Sua respiração cai ao meu lado como orvalho, 
seu pulso embala os tímpanos dos meus ouvidos, 
sinto-me imerso da cabeça aos pés, delicioso.
(O diário de uma Paixão)



segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O da única vez

Numa dessas noites de bebedeira, eu fui parar na cama do cara errado! Quer dizer, não era errado, porque eu já o via notado há algum tempo. Loirinho, todo arrumadinho, sério, e muito profissional. É assim que o descrevia. Até notar um pequeno volume que ele trazia no meio das pernas. Pequeno é modéstia minha! Era uma coisa que saltava à vista! Que saúde! “Óh! Homem sucuri!”. Cheguei a perder o sono por causa daquele vislumbre. Agora, toda vez que ele chegava perto de mim, eu tinha que me controlar para que meu olho não caísse lá em cima daquele “Monte”! Era uma coisa incontrolável. E ele tinha a mania de se recostar numa mesinha que ficava na frente da minha mesa, e recostado de pé mesmo, cruzava as pernas, destraído, lendo algum papel. Era aí que aquela porção se amontoava num esboço quase que delicado, sob as pernas dele. Quando eu dava de cara com aquela imagem, chegava a respirar fundo. Os meus olhos se arregalavam e sem nem olhar para o lado, tinha que sair correndo dali. Então, quando tive a oportunidade, não desperdicei. Sem ninguém ver, saber ou suspeitar, fugimos daquela multidão perdida no meio da fumaça de gelo seco misturada com cigarro, e fomos para um motelzinho perto dali. Sem dúvida era o pau mais lindo que eu já tinha visto em toda a minha vida! Isso incluindo os filmes pornôs! Aquilo rosinha, lustroso, até o cheiro era bom. Cheiro de saúde! Só que eu não sabia quem estava mais bêbado. Ainda assim, valeu apena o sacrifício. Eu nunca vi uma pessoa tirar a roupa tão rápido! Parece até que a roupa era fechada com velcro! Sabe aquelas cenas de filme de comédia, que no meio de um striptease engraçado, o cara põe a mão nos fundilhos da calça, e quando puxa, a roupa está inteirinha na mão dele erguida lá no alto? Foi quase isso. A minha também não demorou muito para sair não, e quando dei por mim, já estava debaixo dele, emocionada com tamanha realização. Nós ofegávamos juntos. Ele tinha uma força que parecia que queria me machucar, e eu permitia que machucasse. Eu permitia tudo. Fizemos tudo. Quando fecho os olhos, lembro daqueles dois corpos brancos entrelaçados, sem saber onde começava um e terminava o outro. Foi lindo. Ele poderia ter sido um dos meus amores, Ele era todo certinho, de caráter, bonitinho, bom de cama... Mas eu não sei porque, no dia seguinte eu não conseguia olhar para a cara dele. Não levantava os olhos para nada. Nem para ver o montinho. Fingimos que não aconteceu. Não consigo explicar porque. Mas isso partiu de nós dois. Silêncio. Nada além de puro silêncio. E um sorrisinho no canto da minha boca cada vez que lembrava daquela noite. Voltei a admirar o monte.




sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Realidade

          Eu estou com ele. Me sinto completa. Me sinto forte. Como se nunca estivesse sozinha antes... Sinto sua presença a meu lado. Sinto o cheiro da sua pele. Me hipnotizo com o brilhar de seus olhos, mesmo por de trás das lentes... Posso me ver dentro deles... É indescritível a sensação. É confortável de mais. Ainda me lembro das minhas preocupações cotidianas, mas ele está comigo... Nada mais importa. Eu sei que consigo. Consigo. Tenho certeza disso toda vez que vejo seu sorriso tímido se abrir só para mim. Cercados por uma multidão, não me sinto perdida. Sou dali, pertenço a eles porque eles o pertencem e ele faz parte de mim. Naquele momento, podia contar nos dedos as horas desde a última vez que fui invadida por ele,  ainda o sinto. É só olhar para ele. Dançamos abraçados. A cor na penumbra é laranja. Todos nos olham. Não importa. Ele me basta. Bebo vinho e vejo o último da multidão se recolher enquanto apoio minha cabeça em seus ombros. Estou descalça e percebo meu vestido arrastar no chão... E ainda não paramos de dançar. A música é convidativa de mais, lenta... e o dedilhar no piano marca o ritmo. O calor dele é terno, impossível de se afastar. Como é bom sentir esse calor e saber que estará sempre ali para mim, em mim. Apoio a taça de vinho na mesa, e abraçados descemos as escadas de madeira escura. Sinto sua boca no meu pescoço enquanto passo os dedos entre seus cabelos e sorrio. Ainda vejo alguém da multidão perdido entre os corredores iluminados apenas pela penumbra alaranjada. Mas logo se vai e novamente estou sozinha com ele. Como me sinto segura. Por fim te achei. Por fim tudo que passei teve sua recompensa. É a minha vez de ser feliz. Não consigo me conter e quase sonâmbulos vamos em direção ao quarto. Fizemos amor. E enquanto fazíamos não parávamos de nos admirar, de contemplar um ao outro. Cada expressão, cada suspiro, cada gemido e textura eram degustados... Como estou feliz. Por fim, é ele que estava o tempo todo me esperando no fim de meus próprios conflitos. Ele estava ali. Sem saber esperando por mim. E de repente eu acordo e me assusto com a decepção de que ele não está mais ali. E talvez nunca mais o encontre. É cruel perceber que eu estava sonhando. É vazio... Frustrante... Respiro fundo, abraço o edredom, minhas tristezas e volto a dormir.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Johnny, O Sonho Americano

            Numa viagem que fiz aos Estados Unidos, visitei Nova Orleans, cidade que mesmo depois de arrasada pelo furacão sempre me chamou atenção. Sozinha, em busca de um livro antigo, numa livraria exótica, me pus a explorar uma prateleira empoeirada e descascada, quando por fim, encontrei o livro que há tanto almejava. O símbolo na capa preta em alto relevo chegou a me hipnotizar por alguns momentos. Pronto. Por fim minha busca tinha chegado ao fim. Não consegui conter o sorriso. Foi quando ouvi: “Não é normal sorrir com este livro nas mãos”... Eu já apavorada, primeiro com meu achado, segundo com o alerta, deixei o livro cair da minha mão... Ele pegou. Que susto. Mas quando vi seus olhos, tive uma espécie de déja vu. Cheguei a respirar fundo e fiquei muda. Não me lembro de nada do que ele disse naquele momento. Só passavam imagens na minha cabeça. Parecia estar em câmera lenta, enquanto tudo se tornava mais claro e obvio. Na minha cabeça, estávamos fazendo amor – Desculpa o que você disse? – Perguntei eu sem conseguir me livrar daquelas imagens. Prolongamos o assunto e quando dei por mim, estávamos indo para um barzinho para conversar.  Nessa altura, já tinha me esquecido do livro. Só conseguia prestar atenção nele. Ele era muito discreto, calça jeans, camiseta preta, casaco de couro marrom e olhos verdes de tirar o fôlego. Cabelo loiro comprido e anéis em quase todos os dedos. Tínhamos muito em comum, conclusão esta a que chegamos, depois de conversarmos profundamente sobre o tal livro. Não sabia o que sentia. Simplesmente não conseguia desgrudar os olhos dele. E ele por sua vez, se aproximava mais ainda de mim. Ele parecia perdido, triste, sem rumo ou sem ter para onde voltar. De repente ele estava me contando tudo isso com suas próprias palavras. A temperatura de repente estava baixa demais para quem está acostumada com o clima quente, e eu tremi. Ele me perguntou se eu queria ir para outro lugar, porque o barzinho era a céu aberto e estava esfriando. É claro. Quando nos levantamos senti ele me abraçar por trás. Tão quente. Terno. Chegamos a um estacionamento de um motel, onde estava estacionado o carro dele. E antes de eu falar alguma coisa, ele me disse que não sabia por que, mas não conseguia me evitar. Me beijou.  Eu cedi completamente. Parecia uma coisa que estava finalmente sendo completada. Um vazio que estava sendo preenchido - Conexão esta, que senti profundamente no momento que nossos corpos se ligaram. Não me lembro como, mas quando percebi, já estava no quarto onde ele estava hospedado, impensada na parede pela força dele. Sentia ele totalmente descontrolado ao levantar a minha perna e tentar a todo custo entrar em mim. Não dava tempo de ele me beijar, só encostávamos a boca um no outro, atrapalhados pela respiração ofegante. Quando finalmente ele conseguiu me invadir, comecei a reconhecer os lampejos que tive na livraria. Ele tinha pressa, vontade. Parecia que iria morrer se não o fizesse. E eu não pude fazer nada a não ser permitir que ele tomasse conta de mim daquela forma avassaladora e brutal como ele fez. Me levou até a cama onde deu tempo de tirar o resto de roupa que ainda incomodava. Fechava os olhos e sentia... Só sentia... Foi como se fosse minha primeira vez. Lembro da dor que ele me fez sentir. Lembro de ouvir seus grunhidos e sua respiração ofegante. Não me lembro do que eu fiz. Só me lembro dele. Já tinha perdido a conta das vezes que eu já tinha ido e voltado... Ele parecia estar em transe. Somente entrava e saía de mim com aquela obstinação. Caíram algumas lágrimas dos meus olhos.  Foi quando finalmente senti que ele havia se derramado dentro de mim. Ele apertou os olhos como se quisesse extrair o máximo possível daquela sensação.  Quando acabou, ele despencou sobre mim. E ainda o sentia quando adormecemos naquela mesma posição. Só as respirações se acalmaram e diminuíram o ritmo, até o sono pesado bater.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O Sexy

Desde a primeira vez que o vi, sabia que ia para a cama com ele. Era mais que um quentinho, era um fogaréu! E o detalhe mais curioso é que ele não era bonito. Meio magricela, com os dentes meio engraçados, um pouco calvo (o que para mim nunca foi problema) e quase não falava. E nem precisava falar. Com o olhar ele dizia tudo. Sabe aquele olhar que se tem vergonha de encarar? Que quando os olhos se encontram você desvia imediatamente os seus? Era inexplicável, mais toda vez que eu olhava para ele eu me arrepiava toda. Sem falar que eu já tinha imaginado me fazendo de tudo com ele. Um belo dia saímos para curtir a noite, beber... Um bando de amigos. E toda vez que nos reuníamos com essa intenção... Dava Merda! Se não desse, a noite não seria tão boa. Imagine, umas dez pessoas, de cara cheia, uns de carro e outros de carona em busca de “partir” para um lugar mais animado, todo mundo querendo “se comer” e eu, mais do que ninguém, querendo comer o sexy. Então, no meio da rua, enquanto esperávamos a boate abrir, ali, bem no meio de todos, sem o menor pudor, vergonha, ou satisfações, fui agarrada pela nuca e beijada. Assim, sem mais nem menos. Adoro esta impulsividade. Pronto, gamei. A noite estava perfeita, apesar de o lugar ser uma espelunca, mas para mim o perfeito era o que estava acontecendo, independentemente das gozações e platéias que estavam ao nosso redor. Além de tudo me levou em casa! Cavalheiro?

Os dias seguintes se tornaram um dilema, apesar de nos encontrarmos todos os dias, não nos falávamos. Era só o trivial: bom dia, boa tarde, oi... E eu doida para falar: Eu quero dormir com você...(Risos).

Nunca quis namorar com ele, eu só queria ele para sexo. Única e exclusivamente um amante: o que eu sentia por ele era tesão. Tinha acabado de desmanchar um relacionamento e não queria me preocupar com outra pessoa que não fosse eu. Imagina, além de pertencermos a mundos diferentes (referindo-se ao fato de ele cuspir dinheiro), ele não valia um tostão. Safado, mulherengo, cafajeste, e era isso o que eu mais gostava nele. E passei a desejar ser o alvo destes adjetivos. Então uma noite rolou. Não saiu bem do jeito que eu imaginei, mas pode apostar que valeu a pena. Apreciei cada momento em que aquelas mãos pequenas percorreram  meu corpo. Não só a mão, mas principalmente a boca. Que boca! Só de lembrar o quentinho volta... Este seu predicado, fazia jus a todos aqueles adjetivos, safado, cafajeste, ordinário... Ainda me arrependo de não ter ficado mais algumas vezes com ele. Talvez por esta minha cara de santa, ele tenha pensado que eu queria “algo a mais”... Enfim, a gente se afastou. Mas acho que nunca me senti tão bem, como naquela noite com ele, e outras, e outras... Foi importante para mim. Foi o segundo pau que eu vi! Ma não era para ser.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

xoxoxoxoxo

Estava eu, inocentemente numa conversa descontraída pelo msn, vendo alguns lances da faculdade, explorando o máximo do meu intelectual com este assunto que é inédito e enervante para mim, quando por fim, acabou o papo e eu querendo exibir o meu inglês ainda humilde, escrevi "bye, Kisses". Me sentindo "A Estudante de letras"! Quando na resposta me apareceu um tal de: " xoxoxoxo". Pensei comigo: "Que raio de xoxoxoxo é esse?" Acho que fiquei uns 30 segundos pensando, quando então me rendi e perguntei o que era aquele tal de "xoxoxo", já dando mil gargalhadas dos absurdos que estavam passando pela minha cabeça... Ela me disse que em inglês, X significa beijo e O, significa abraço. ÃÃÃhhhhh !!! Faz sentido! Então "xoxoxoxo" erão vários beijos e abraços. Aí, ainda gargalhando da minha mente digamos não muito limpa escrevi: "Pensei que fosse um gago tentando dizer xoxota!".

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

AMIGDALITE

Sempre sofri de inflamação na garganta. Sempre que puxo pela memória, lembro daquela ardência incômoda, irritante, inconfundível e lamentavelmente irremediável, pelo menos nos primeiros dias... Enfim, saio eu de casa, sozinha, de manhã cedinho, pois não havia dormido naquela noite de tanta dor e preces ao Senhor para que isso tudo passasse rápido (o que era inútil naquela altura do campeonato, mas me fez a notar que quando estamos com dor, a nossa fé aumeeeeeeenta!) em direção ao hospital, mais precisamente para a emergência, em busca de um alívio, nem que fosse uma dipirona na veia, e de um atestado médico, pois havia faltado o trabalho. Cheia de fé e sem poder falar uma palavra e nem pensar em engolir saliva, comecei minha saga. Cuspindo de 30 em 30 segundos e respirando devagarzinho, pois até o ar quente me incomodava, cheguei quase que moribunda ao hospital, clamando por um médico... Meia hora depois ainda estava eu lá, sentada, ansiosa e desesperada de dor – De verdade, aquela foi uma das piores amigdalites – quando finalmente me chama uma médica loirinha, bonitinha, parecia a Cameron Diaz, mas grossa como um cavalo. Me examinou como quem abria a boca de um cavalo (da raça dela), e enfiava uma lanterninha - que eu tenho medo até de imaginar por onde passou – goela a baixo, iluminando minhas amígdalas já amareladas devido ao passar das horas. Foi aí que veio o golpe fatal. Dentre algumas injeções de analgésicos e antiinflamatórios na veia, ouvi a palavra que me arrepiava os cabelos nunca antes vistos no meu corpo: BENZETACIL. Não consigo explicar porque mas, comecei a chorar incontrolavelmente. Ninguém entendeu nada. A égua e as enfermeiras se entreolhavam sem entender absolutamente nada. Foi quando uma me perguntou – O que foi? Aí eu desabei: - Eu não quero tomar a benzetacil !!!! Foi quase que uma gargalhada só. Até a égua riu. Ninguém respeitou meu medo. Foi quando a égua relinchou: Se você está com medo da dor da benzetacil, não tem problema! Eu passo outro remédio. Mas esse vai doer é no seu bolso. Até hoje eu não entendi porque eu não avancei nela. Ela merecia... Pelo menos uma meia dúzia dos meus palavrões que eu adoro pronunciar... Talvez ela tenha tido sorte por causa da amigdalite... Enfim, saio eu, totalmente envergonhada, chorando, com o rabinho entre as pernas, cuspindo como uma grávida, até que cheguei à farmácia. Outro golpe. Cento e oitenta reais de remédios. Além da amigdalite, quase enfartei! Imagina, ter que voltar para lá... E a égua maldita passou remédios que não tinham genéricos... Enfim... Com um enorme pesar comprei os remédios e fui em direção ao ponto de ônibus, o ônibus demorou tanto que onde eu estava, havia se formado uma poça de tanto que eu cuspia... e quando eu percebia que já estava respingando a poça, eu dava um passinho para outro lado e refazia a pocinha toda de novo! De repente veio um cara muito lindo para o ponto. Nossa, eu estava com dor, mas a dor não era nos olhos. Notei que ele de vez em quando me olhava pelo canto do olho. Comecei a disfarçar com medo que ele visse as pocinhas no chão e fizesse qualquer relação a mim... E agora? A boca estava cheia de saliva. Não podia arriscar cuspir que ele poderia ver e com a quantidade de saliva que estava acumulada daria para ouvir até o barulho quando caísse no chão... Não dava mais para segurar! Ia aproveitar enquanto ele estivesse distraído com o ônibus, para cuspir. Chegou o momento! Da maneira mais discreta possível, iria me livrar daquilo tudo na minha boca. Virei a cabeça levemente para o lado e despejei... Caiu tudo nos meus dedos do pé.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

R. O que não foi.

 Relutantemente, aceitei um convite de uma amiga para uma reunião nada cotidiana para mim: Igreja.Várias caras diferentes, mas entre elas uma me chamou atenção. Manso, tímido, fala mansa, pele morena, olhos claros, cabelos curtinhos cacheados e costeleta comprida. Na hora eu senti aquele quentinho que dá bem no meio do peito. Tem gente que fala de borboletas no estômago, mas nunca senti assim. Para mim é quentinho no peito. Quando este quentinho aumenta parece até um ronronar de gato. Trepida. Enfim, Toda vez que encontrava com ele, no meio do pessoal é claro, ele beijava minha mão, e eu nunca deixava de dizer – Eu adoro isso!

Não demorou muito para que todos notassem. Mas quem eu queria que notasse, não notou. Até que fui alertada – Nem adianta, ele gosta de outra pessoa. Quem disse que isso me desanimou? Eu sabia que ela não queria ficar com ele, e eu era teimosa o suficiente para o “nós dois”, dar certo. O que eu não sabia era que ele também era teimoso. No fim de aproximadamente um ano e meio de amor parcialmente platônico, eu o procurei. Contei que gostava dele, enfim, não aguentava mais aquela espera. Ele me abraçou e me disse que desejava que eu encontrasse alguém muito especial. Na verdade, acho que lá no fundo eu nunca esperei que ele fosse me agarrar pela nuca e me beijar. Mas eu tinha que extravasar, falar, explicar... Ô ansiedade!

E o pior, depois da declaração de amor, veio a saia justa. Em um réveillon na praia de Copacabana, no meio daquela festa toda, amigos, fotos, fogos e chuva, muita chuva, ao som de Lulu Santos foi que vi o que não queria. O beijo deles dois.

Doeu. Doeu muito. O quentinho voltou acompanhado de um vazio. Doeu.

E no dia seguinte, continuou doendo.

A cada dia que eu o via tentando beijá-la, e ela se esquivando, talvez por minha presença, doía mais. Era praticamente uma necrose. Aquilo ia comendo e aumentando, se espalhando. Dava até dor de cabeça.

Um dia, fiquei sabendo que ele iria embora do Rio de Janeiro, não me lembro o que senti.

Pode até parecer egoísmo, mais a dor começou a diminuir. Talvez achei que estando longe dos olhos, estaria longe do coração. Realmente a dor diminuía.

Numa noite, ele bateu na minha porta. Até me assustei, ele nunca havia feito isso. Foi no dia da sua festa surpresa de despedida, da qual fiz questão de me desconvidar. Ele estava molhado de chuva e com a respiração acelerada. Com certeza veio correndo. O mais lindo foi que com uma festa esperando por ele, cheia de amigos e sua namorada, ele se lembrou de mim. Ele se desviou do seu caminho, e pelo carinho que sentia por mim, não poderia ir embora sem se despedir. Ele sabia que eu não iria à festa. Ele me conhecia.
Hoje em dia, acredito que foi a namorada dele, que era minha amiga e sabia de toda a situação, quem o mandou lá para se despedir de mim. Mas por muito tempo, meu coração preferiu acreditar que não.

Naquela noite, não foram ditas muitas palavras. A nossa presença é que era necessária. Depois de algum silencio, ele me abraçou. Ainda lembro do cheiro dele. Enquanto estive naquele último abraço, senti que fui importante para ele. Mesmo que não tenha sido do jeito que eu queria. Chorei muito aquela noite. Mas não de tristeza. Mas pelo reconhecimento à minha pessoa, ou talvez pelo alívio de que não o veria mais.
Do meu jeito, ou do dele, acho que fui importante para ele. A dor passou.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Mulher Branca Solteira Procura

Mulher Branca Solteira Procura




Homem (Hétero), Solteiro, de qualquer raça e preferencialmente maior de 18 anos...



Que queira ser feliz de verdade.

Que não se importe com os transtornos bipolares femininos.

Que saiba beijar, e que segure a minha cabeça com as duas mãos enquanto me beija. Adoro isso.

Que ria de mim... Que ria comigo... Que ria...

Que goste de omelete. Faço um ótimo e rapidinho.

Que seja órfão de mãe. Brincadeira...

Que saiba fazer massagem e se não souber que ao menos coce minhas costas.

Que me pegue com força dentro de quatro paredes, ou quatro portas, e que me machuque de tanta vontade de me ter e me sentir e saciar...

Que goste de ficar por cima. (Risos)

Que se derrame dentro de mim enquanto regresso depois do que fiz, vi, senti e ouvi.

Que seja mais feroz e intenso a cada dia, mas que cada dia seja como o primeiro...

Que não queira ficar de papinho depois... ( não curto muito...)

Que se dormir comigo, que acorde comigo também.

Que não tenha medo de um abraço ou beijo em publico.

Que goste de filme e pipoca.

Que chore. Meio disfarçado e resistente é claro...

Que saiba discutir e elaborar bons argumentos. Afinal, uma briguinha é tudo!

Que não ligue pra baladas, mas que goste de dormir até tarde quando volta de uma...

Que tenha MUITA PACIENCIA.

Que não tenha a falsa educação burguesa que o impeça de falar as palavras trepar, gozar, de quatro, por baixo, etc., “preocupado” com o que eu poderia pensar...

Que não seja melado. Grhhhhh !

Que me beije no pescoço. Isso é muuuuuuito importante.

Que olhe para outras mulheres, mas que só deseje uma: Eu.

Que procure o meu cheiro.

Que acredite nas preliminares.

Que sinta tesão cada vez que me olhar.

Que me dispa com os olhos ou que me faça entender com um olhar que é pra eu me despir..

Que entenda quando eu morder o lábio inferior.

E é claro: Que aprenda a me amar assim.